Sentir-se infeliz não é um problema

Sentir-se infeliz não é um problema. Calma, você não leu errado, se sentir infeliz não é um problema, não mesmo. Durante a pandemia e agora, assistindo ao cenário de guerra na Ucrânia, tantas pessoas sofrendo com a destruição, a infelicidade me visitou várias vezes.

SAÚDE MENTALCARREIRA

Luciene Rochael

5/2/20232 min read

a man sitting on a window sill looking at his cell phone
a man sitting on a window sill looking at his cell phone

Sentir-se infeliz não é um problema. Calma, você não leu errado, se sentir infeliz não é um problema, não mesmo. Durante a pandemia e agora, assistindo ao cenário de guerra na Ucrânia, tantas pessoas sofrendo com a destruição, a infelicidade me visitou várias vezes.

A infelicidade é parte da condição humana, é uma reação natural a certas situações. Se não resistimos à ela, a infelicidade passará no seu devido tempo e pode ser até mais rápido do que se imagina. Quando a infelicidade bater a sua porta, não precisa se assustar, tentar bani-la com medicamentos, álcool ou qualquer coisa que a deixe anestesiada. A maioria de nós não se sente capaz de deixar as coisas seguirem seu rumo naturalmente. Quando nos sentimos tristes ou infelizes, tentar fazer alguma coisa até mesmo na tentativa de entender o que está acontecendo pode ser contra producente. Essas tentativas de nos livrarmos de sentimentos indesejados nos aprisionam na infelicidade cada vez mais profunda.

Tentar um caminho ou um escape dos problemas pode fazer com que sejamos engolidos por nossos problemas, apesar de ser completamente compreensível o desejo de se livrar dessa disposição de ânimo negativo e interromper esse mal estar. Normalmente, quando nos sentimos dessa forma, nos perguntamos: “o que há de errado comigo?”, “o que fiz para me sentir dessa forma?”, “o que pode acontecer comigo se eu continuar me sentindo assim?”. Essas perguntas podem nos levar a “ruminação” e nos faz sentirmos ainda pior, pois começa os a desenterrar lembranças de fracasso do passado e dificuldades que vivemos na intenção de compreender o que acontece conosco. Porém, sofremos ainda mais por não obter respostas claras. Em alguns momentos, pode inclusive nos perguntar se a vida vale a pena, quem nunca?

A ruminação é o modus operandi da mente relacionado ao “fazer” e pode causar uma luta psíquica invencível, transformando uma experiência emocional passageira de irritação, raiva, preocupação, infelicidade e um estado profundo de ansiedade.

O estado mental “de fazer” costuma entrar em ação automaticamente, ele usa pensamentos e ideias, mantendo-os na mente enquanto você trabalha, ele se conecta ao passado e futuro para ajudá-lo a chegar onde deseja. Esse estado mental também mantém a mente no que deve ser evitado, ou seja, onde você não quer ficar. Ele entende que pensamentos e ideias são reais e se concentra na sua meta até que a tarefa seja concluída. A preocupação ruminativa é uma forma de compulsão por fazer.

E o que podemos fazer afinal? Podemos aprender a reconhecer essa preocupação ruminativa e o esse fazer compulsivo quando surgirem e enxergá-los como eles são cultivando um estado mental alternativo que nos permite reagir mais habilmente à tristeza, à infelicidade e à outras emoções indesejáveis. Isso significa nos aproximarmos das experiências desagradáveis com respeito, aceitando-as como experiências neutras. As práticas de atenção plena e meditação são um caminho acessível, democrático e eficaz para lidar com a preocupação ruminativa e o fazer compulsivo. Quer meu apoio para este desafio?

Te espero do lado de cá.

Luciene Rochael