Encontrando a Cura e Renovando sua Paixão pela Carreira.
Para muitos de nós, profissionais, a vida moderna pode se tornar uma maratona exaustiva, onde nossas energias são drenadas e a paixão pela carreira se desvanece. Eu mesma já vivenciei o esgotamento profissional por mais de uma vez em minha trajetória profissional. Mas, mesmo nas situações mais sombrias, há esperança. Neste artigo, vamos explorar juntas a Síndrome de Burnout, suas causas, seus sintomas e, o mais importante, possíveis caminhos podem ajudá-la (o) a encontrar a cura e reacender a chama da sua carreira.
Luciene Rochael
6/1/20235 min read
Hoje quero abordar um tema profundo e importante: a Síndrome do Esgotamento Profissional ou Síndrome de Burnout. Para muitos de nós, profissionais, a vida moderna pode se tornar uma maratona exaustiva, onde nossas energias são drenadas e a paixão pela carreira se desvanece. Eu mesma já vivenciei o esgotamento profissional por mais de uma vez em minha trajetória profissional. Mas, mesmo nas situações mais sombrias, há esperança. Neste artigo, vamos explorar juntas a Síndrome de Burnout, suas causas, seus sintomas e, o mais importante, possíveis caminhos podem ajudá-la (o) a encontrar a cura e reacender a chama da sua carreira.
O trabalho é considerado não somente como uma forma de suprir as necessidades básicas, mas é também uma forma de consolidação de um propósito maior. É inevitável dizer que essa nova forma de pensar traz consequências. Por um lado, nós buscamos satisfação, realização e sucesso através do trabalho, e por outro lado, temos um mercado cada vez mais exigente, competitivo e estressante, além de diversos fatores ambientais e pessoais que podem gerar sofrimento. A Síndrome de Burnout não acontece do dia para a noite, pode levar algum tempo para que atinja o pico de estresse. Ela é um esgotamento emocional, mental e físico resultante de um longo período de estresse e sobrecarga no trabalho.
O Burnout envolve atitudes e condutas negativas com relação especificadamente ao trabalho (clientes, usuários, colegas, organização/empresa). É uma experiência subjetiva que acarreta prejuízos práticos e emocionais para o profissional e a organização, já o quadro tradicional de estresse envolve um esgotamento pessoal que interfere na vida do indivíduo, mas não de modo direto na sua relação com o trabalho. Segundo uma pesquisa realizada pela International Stress Management Association no Brasil em 2018, 72% da população brasileira sofre alguma sequela do estresse, do leve ao considerado devastador. Entre esses, 32%têm a Síndrome de Burnout. Desses, 92% declararam que sentem que não têm condições de trabalhar, mas continuam por receio de serem demitidos. E 49% também sofrem com depressão, com tendência a desenvolver a versão crônica da doença. E 90% praticam o presenteísmo, quando o funcionário está presente fisicamente, mas emocionalmente ou mentalmente distante do trabalho. Brasil ocupa o segundo lugar entre os países com maior incidência da Síndrome de Burnout na população economicamente ativa.
E quais são as causas mais comuns do Burnout? Podemos apontar o volume excessivo de horas de trabalho, insegurança no trabalho, falta de apoio nas funções, assédio moral, falta de clareza nas funções, falta de autonomia na gestão de trabalho, entre outros. Os sintomas decorrentes do Burnout são distúrbios do sistema nervoso, cefaleias, distúrbios do sono, dores musculares, problemas gastrointestinais, problemas cardíacos, imunodeficiências, disfunção sexual, problemas respiratórios, ansiedade, irritabilidade, sentimentos de impotência, insatisfação, dificuldade de concentração, redução da autoestima, hostilidade, apatia e desconfiança. Os sintomas comportamentais mais frequentes são: absenteísmo, queda de produtividade, baixo comprometimento com o trabalho, conflitos com os colegas, isolamento, abuso de álcool, drogas, comportamento de risco e agressividade.
Como saber se estou sofrendo de Burnout? O diagnóstico é basicamente clínico e leva em conta o levantamento da história do paciente e seu envolvimento e realização pessoal no trabalho. O psiquiatra e o psicólogo são os profissionais de saúde indicados para identificar o problema e orientar a melhor forma do tratamento, conforme cada caso. É importante diferenciar a Síndrome de Burnout da fadiga normal, decorrente de um trabalho desgastante e da depressão. Para detectar a síndrome, deve-se fazer uma entrevista minuciosa, com uma anamnese detalhada e analisar se os problemas enfrentados estão relacionados ao ambiente de trabalho ou à profissão Em muitos casos as pessoas não buscam ajuda médica por não saberem ou não conseguirem identificar todos os sintomas e, por muitas vezes, acabam negligenciando a situação o que pode levar ao agravamento dos sintomas.
Existe uma luz no fim do túnel? Existe sim e é realizada de forma global. É preciso de reavaliar a estruturação e organização do trabalho como um todo, incluindo carga horário, ambiente, ferramentas, funções, expectativas e fazer as adequações necessárias. Muitas vezes, essa é a parte mais difícil… O Burnout não requer necessariamente o uso de medicação. No entanto, esta decisão deve ser tomada pelo especialista através de uma avaliação exaustiva do caso. O uso de medicamentos para tratar a Síndrome de Burnout dependerá da gravidade dos sintomas apresentados e das características pessoais de cada paciente. Também é necessário acompanhamento psicológico, reconhecer os sintomas, entender a situação e identificar os fatores que a originaram e mantiveram os sintomas; detectar que situações dão origem a respostas de estresse desadaptadas, o manejo do estresse, avaliar o sistema de crenças e modificar distorções cognitivas através de restruturação cognitiva. Não podemos esquecer também de uma reestruturação no estilo de vida, rotina de sono, atividade física e alimentação saudável.
Buscar ajuda é um passo fundamental no processo de superação da Síndrome de Burnout. Muitas vezes, quando estamos imersos em exaustão e desesperança, pode ser difícil enxergar uma saída. No entanto, é importante lembrar que não estamos sozinhos nessa jornada. Ao buscar apoio profissional, como psicólogos especializados em saúde mental e carreira, estamos tomando uma decisão corajosa e crucial para a nossa recuperação. Ao compartilhar nossos sentimentos, pensamentos e experiências com um profissional capacitado, somos capazes de ganhar uma perspectiva objetiva e um ambiente seguro para explorar nossas emoções mais profundas. O psicólogo nos ajudará a identificar as causas raiz do burnout, a desenvolver estratégias de enfrentamento saudáveis e a reconstruir nosso relacionamento com a carreira.
É importante reconhecer que buscar ajuda não é um sinal de fraqueza, mas sim de coragem e resiliência. A sociedade está se movendo em direção a uma compreensão maior da importância da saúde mental, e é essencial combater o estigma em torno da busca de apoio profissional. Todos nós enfrentamos desafios em algum momento da vida, e buscar ajuda é um passo poderoso em direção à cura e ao bem-estar.
Uma das maneiras de renovar a paixão pela carreira é redescobrir o propósito subjacente ao nosso trabalho. Refletir sobre o impacto que podemos causar, as contribuições que podemos fazer para a sociedade e as habilidades que podemos desenvolver pode nos ajudar a encontrar um sentido mais profundo em nossas atividades diárias. Além disso, identificar as tarefas e projetos que nos trazem mais satisfação e alegria pode ajudar a direcionar nosso foco e energia para as áreas mais gratificantes.
Também é essencial buscar um equilíbrio saudável entre o trabalho, a vida pessoal e o autocuidado. Priorizar o tempo para descanso, lazer e atividades que nos tragam prazer fora do trabalho é fundamental para evitar o esgotamento e encontrar um equilíbrio sustentável. Além disso, é importante desenvolver uma prática regular de autocuidado, que pode incluir exercícios físicos, meditação, hobbies, conectar-se com pessoas queridas e estabelecer limites saudáveis.
Renovar a paixão pela carreira não significa necessariamente mudar de emprego ou carreira. Pode ser uma jornada de autoexploração, de reconectar-se com nossos valores e interesses, e fazer ajustes significativos.
Luciene Rochael